mercoledì 26 febbraio 2014

Tradução: TU SEI LEI (Você é ela) Luciano Ligabue






TU SEI LEI ( VOCÊ É ELA) Luciano Ligabue

Depois de todos esses anos
Eu não canso de te olhar
Ás vezes ainda de boca aberta
Não termino  de entender
Não termina de impressionar
Como se não devesse nunca terminar

Você quer esconder de mim os defeitos
Enquanto, eu gosto de todos
Mas você não quer ouvir dizer

E te olho enquanto sonha
E eu tenho de ficar fora
E tenho somente de adivinhar

Depois de tantos anos e um dia
Quando o mar parece calmo
Você ainda sai
Com aquele nome de estrangeira
De quem sempre esteve sozinha
E por um tempo não deve mais
Porque...

Você é ela
Você é ela
Entre tantas pessoas
Você é ela
Você é ela
E você sempre foi

E aqueles olhos eu conheço
Eu os vi muitas vezes nus
Mas não se via nunca o fim
O teu coração acelerado
As pupilas dilatadas
E não me devolve o coração

Depois de tantos anos e um dia
Quando o vento parece parado
você sai sempre
Com aquele nome de estrangeira
De quem consegue ficar só
Mas por um tempo não deve mais
Porque...

Você é ela
Você é ela
Entre tantas pessoas
Você é ela
Você é ela
E você sempre foi
Se o universo inteiro
Nos fez reencontrar
Alguma coisa, com certeza, significará
Que você é ela
Como é
inexoravelmente

e me salvou muitas vezes
de algum tipo de outra morte
indo direto para a verdade
e me presenteou um outro dia
no qual parecia tudo parado
porém tudo se transforma
tudo se confirma
e deixa ao redor o seu perfume
como para me dizer “eu estou aqui”
como para me dizer “ estarei sempre aqui”
porque...


Você é ela
Você é ela
Entre tantas pessoas
Você é ela
Você é ela
E você sempre foi
Se o universo inteiro
Nos fez reencontrar
Alguma coisa, com certeza, significará
você é ela
Como é
inevitavelmente


Tradução: Tânia Cristina Zonta
Tu Sei Lei 

Dopo tutti questi anni
io non smetto di guardarti
qualche volta ancora a bocca aperta
non finisco di capire
non finisci di stupire
come non dovesse mai finire

vuoi nascondermi i difetti
mentre a me piacciono tutti
ma non te lo vuoi sentire dire

e ti guardo mentre sogni
e mi tocca stare fuori
e mi tocca solo indovinare

dopo tanti anni e un giorno
quando il mare sembra calmo
vieni fuori ancora tu
con quel nome da straniera
da chi è sempre stata sola
e da un pò non deve più
perchè...

tu sei lei
tu sei lei
fra così tanta gente
tu sei lei
tu sei lei
e lo sei stata sempre

e quegli occhi li conosco
io li ho visti spesso nudi
ma non si vedeva mai la fine
il tuo cuore accelerato
le pupille dilatate
e non mi restituisci il cuore

dopo tanti anni e un giorno
quando il vento sembra fermo
vieni fuori sempre tu
con quel nome da straniera
da chi riesce a stare sola
ma da un pò non deve più
perchè...

tu sei lei
tu sei lei
fra così tanta gente
tu sei lei
tu sei lei
e lo sei stata sempre
se l'universo intero
ci ha fatto rincontrare
qualcosa di sicuro vorrà dire
tu sei lei
come sei
inesorabilmente

e mi hai salvato tante volte
da qualche tipo di altra morte
andando dritta sulla verità
e mi regali un altro giorno
in cui sembra tutto fermo
ma tutto si trasforma
tutto si conferma
e lasci in giro il tuo profumo
come a dirmi "io ci sono"
come a dirmi "sarò sempre qua"
perchè...


tu sei lei
tu sei lei
fra così tanta gente
tu sei lei
tu sei lei
e lo sei stata sempre
se l'universo intero
ci ha fatto rincontrare
qualcosa di sicuro vorrà dire
tu sei lei
come sei
inevitabilmente

(Grazie a stefano per questo testo)

[ These are 
Tu Sei Lei Lyrics on http://www.lyricsmania.com/ ] 

Fragmentos de memória da minha infância

Fragmentos de memória da minha infância.
Memorial: Tânia Cristina Zonta



































Fragmentos de memória da minha infância.
Memorial: Tânia Cristina Zonta













CICLO DE ESTUDOS DA EDUCAÇÃO DA VIDA












MEMORIAL: TÂNIA CRISTINA ZONTA













2013
SEICHO NO IE DO BRASIL


FRAGMENTOS DE MEMÓRIA DA MINHA INFÂNCIA
(Tânia Cristina Zonta)

São Paulo
        
Nasci dia 11 de outubro de 1977, em São Paulo, na Vila Carrão. Minha mãe quando estava com dois meses de gravidez, perdeu uma irmã atropelada e a partir daí teve uma gravidez de risco. Teve de tomar remédio para que eu não nascesse fora do tempo, estava sempre de repouso e ficava mais tempo no hospital do que em casa. Nasci com 8 meses de gestação.
 Quando eu tinha 3 anos começei a frequentar a escola. A única coisa que lembro era de um menino na minha sala que fazia bolinha de custe com a boca e quando ele fechava os olhos estes tremiam e não é que era contagioso, porque quando eu fechava os meus olhos eles teimavam em tremer também. Cruzes!
         Para chegar a escola tinhamos de passar dentro da Estação da Luz, em São Paulo e num parque onde havia um bicho preguiça, o qual era atração dos passantes, e em outra parte deste parque algumas pessoas davam pipocas aos pombos.
         Eu com esta idade não é que lembro de muita coisa, sei que moravamos em um apartamento que tinha um quarto, uma sala, uma cozinha e um banheiro com banheira. A noite quando meu pai dormia e roncava eu jurava que era o bicho papão e dava um medo terrível. Meu pai usava barba negra e  longa e ele sempre me conta que um dia chegou em casa sem a tal barba e eu não o reconheci, ele dizia que era o meu pai e eu respondia que não e somente com o tempo, ouvindo a voz dele foi que me convenci que realmente era meu pai.
         Neste apartamento, no quarto tinha uma janela sem grades que dava de frente para um telhado comprido e um belo dia eu vi um passarinho e adivinha o que eu fiz? Pois é, pulei a janela e fui em direção do passarinho, queria pegá-lo, e quando de repente ouvi vozes que me gritavam dizendo para ficar parada e não me mexer, fiquei assustada. Tinha uma obra ao lado deste prédio onde alguns pedreiros me viram e me chamaram a atenção porque as telhas poderiam quebrar e eu poderia cair, só me recordo de eu olhar para trás em direção a janela do quarto e minha mãe que me chamava, não sei o que aconteceu depois se eu voltei sozinha, ou se minha mãe me buscou ou ainda pior se ela me bateu porque eu tinha feito aquilo.
         Ah, o telefone. Meus pais alugaram um telefone e eu o adorava, não sei porque talvez sentia-me importante porque tinha um em casa, só sei que um dia a dona do telefone veio busca-lo e eu chorei porque não queria que isso acontecesse e meus pais tentaram me explicar que o telefone era emprestado, mas eu não me importava, eu o queria. Criança tem cada coisa, cada ideia!
         Gostava de ir à casa das minhas avós, elas sempre faziam o que queríamos ou se não uma coisa diversa, digo diversa porque minha avó por parte de mãe quando eu não queria comer ela pegava o arroz cozido e fazia uns bolinhos com a mão e assim eu comia, ela dizia que era os capitães. Já a minha avó por parte de pai lembro de uma vez que ela me deu café e depois eu pedi um copo com água, pedi novamente café e novamente o copo com água, sei que repeti isso varias vezes e ela continuava a fazer. Esta ultima avó foi quem me ensinou a rezar o Pai Nosso e a Ave Maria, ela estava sempre rezando e ensinava todos  os netos a rezar também. Todas as vezes que íamos na casa dela tinha um vela  acesa dentro de um copinho perto de uma foto do meu pai quando estava no exército, para o anjo da guarda dele, é este anjo da guarda teve muito trabalho, não teve muito sossego, pois deveria cuidar do meu pai que era muito festeiro.
         Minha avó por parte de pai morava na Vila Formosa, local onde fica um dos maiores cemitérios da América Latina, e onde a irmã da minha mãe está enterrada. Quando minha mãe ia visitar o seu túmulo eu gostava de acompanhá-la, pois adorava andar entre os túmulos e acender as velas apagadas pelo vento. Enquanto minha mãe rezava eu acendia as velas, mas sempre olhava na direção a qual ela se encontrava para que eu tivesse um ponto de referência e quando não encontrava mais nenhuma vela eu voltava para a minha mãe.
         Eu gostava de ir ao “trioo”, traduzindo: eu queria ir para o interior de São Paulo, onde tinham as vacas, os porcos, as árvores, e tinha espaço para brincar... Pela manha cedinho se sentia o perfume de café torrado e moído na hora e o galo que cantava. Durante o dia  as tias que matavam as galinhas e faziam as crianças irem para bem longe para não verem e não sentirem pena depois as cozinhavam. Mas ruim mesmo era quando matava o porco, coitadinho de longe se sentia os grunhidos do porquinho que sabia que ia morrer. Eu se via matar não comia não.
         Era bom ir tomar banho na cachoeira, brincar com os primos, ver ordenhar as vacas, comer fruta direito do pé.
         Quando morava na cidade Lider, em São Paulo, frequentava a escolinha infantil onde eu adorava ir, adorava minha professora, meus amigos. Minha mãe disse que eu nunca chorei para não ir a escola, desde o primeiro dia de escola não tive problemas.
         Na primeira série eu mudei de escola, era simplesmente o portão ao lado. As escolas eram uma ao lado da outra, dessa forma eu estudava na Escola Municipal de Ensino Fundamental e meu irmão foi para a escola de series iniciais, no horário do intervalo eu pegava meu lanche e levava para meu irmão, sempre nos encontrávamos através do muro que dividia as duas escolas. O muro parecia cercas, mas de concreto e assim dava para nos vermos e passar o meu lanche para ele.
Eu até os 8 anos era muito comunicativa, conversava e fazia amizade fácil, uma vez a professora puxou meu cabelo disse que se eu não me calasse ela me levaria para a direção, fiquei muito magoada com a reação a professora naquele dia e segurei o choro.
A minha professora da primeira série não era muito amigável, eu pintei um desenho bem bonito e dei de presente para a esta professora, depois de um tempo eu fui apontar meu lápis e jogar o resto na lixeira, quando olhei para o cesto de lixo lá estava meu desenho rasgado em 4 pedaços, a professora o tinha jogado fora. Fiquei arrasada!
Quando eu tinha 8 anos, minha família se mudou para Brasília. Fomos morar na casa do meu avô por parte de mãe, porque passávamos dificuldades financeiras, e  a cada três meses nossa casa era roubada.


Brasília
Mudança de cidade, de cultura, de escola, não foi tão fácil para mim, em São Paulo eu era muito comunicativa, mas em Brasília mudei, as pessoas e as outras crianças zombavam do meu sotaque paulista e acabei retraindo-me, isolando-me. Não tinha muitos amigos na escola. Eu estava com 9 anos.
Morávamos com meu avô materno, meu pai trabalhava com meus tios, imãos da minha mãe, em uma lanchonete.
Fiz amizade com as crianças da vizinhança, brincávamos de casinha, pulávamos corda e elástico, andávamos de bicicleta até a noite, andava tanto que quando eu ia dormir, sentia minhas pernas pedalando.
Com uns 11 anos eu gostava de brincar também de professora, juntava as crianças vizinhas e brincávamos de escolinha, portanto desde criança meu sonho era ser professora. Aventurava-me até em ser professora de dança, ficávamos ensaiando as músicas da Xuxa e das paquitas. Tive até o sonho de ser paquita, fiz inscrição e mandei foto. Em festas de crianças eu sabia todas as coreografias da Xuxa e fazia um showzinho. Foi época da lambada também, eu dançava muito.
         Minha maior dificuldade na escola era com as disciplinas de exatas, minha mãe sempre tinha de pagar aulas particulares e assim eu conseguia tirar boas notas nas provas. Eu gostava de história, português, qualquer coisa que não tivesse números era mais  interessante.

Valparaiso de Goiás
        
Meus pais compraram uma casa a 40km de Brasília em 1992, nos mudamos da casa do meu avó materno.
Meu pai começou a trabalhar em uma empresa de turismo a qual se encontra até hoje, a empresa foi desmembrada, mas meu pai continuou lá.
No ensino médio eu queria muito aprender inglês, adorava a professora de inglês, foi quando surgiu meu interesse de fazer faculdade de Letras.
Como eu não gostava de matemática, eu fugia das aulas com umas amigas e íamos a um córrego próximo fazer piquenique. Depois era o desespero para estudar e poder passar de ano, porém eu passava. Nunca reprovei, sempre fui boa aluna na escola, os professores só tinham elogios para meus pais.
Meu pai disse que eu só poderia começar a namorar com 14 anos, pois no dia do meu aniversário de 14 anos arrumei um namorado. Durou uns três meses depois o rapaz foi embora para o Sul do Brasil.
Terminei o ensino médio. Prestei meu primeiro vestibular para Psicologia,, já que todos me desanimavam dizendo que ser professora era “muito sofrimento”, “o salário era pouco”,  se “trabalha demais”.  Não passei no vestibular.
Minha madrinha arrumou um emprego para mim em um Hospital, comecei a ajudar meus pais com as contas. Depois de um tempo trabalhando no hospital como recepcionista resolvi fazer vestibular para  Administração na Área Hospitalar. Passei! Meus pais fizeram um churrasco para comemorar. Trabalhava das 8 as 18hs, acordava as 5 para poder aproveitar a carona no meu pai, às vezes eu descia do Valparaiso para Brasilia com carro, pois ia ao trabalho e depois para a faculdade e voltava para casa depois da meia noite. Quando eu estava no segundo semestre de Administração Hospitalar resolvi trancar, não me identifiquei com o curso, tinha muitos cálculos e Trabalhei no hospital de 1996 até 2002.
Por volta de 1999 comecei a ler as revistinhas da Seicho No Ie. Minha avó materna, quando morava em São Paulo participou desta filosofia, minha mãe também chegou a frequentar as reuniões.

Faculdade de Letras

Fiz então um novo vestibular para Letras e passei, entretanto, durou pouco porque a faculdade não era reconhecida e não durou nem um semestre, perdi dinheiro e tempo, minha mãe também tinha feito o vestibular para Filosofia. Como muitos ficaram prejudicados, inclusive os professores que acreditaram ser reconhecida a faculdade, estes se reuniram e decidiram eles abrirem uma faculdade, mas dessa vez reconhecida pelo MEC e os alunos tiveram de fazer um novo vestibular e quem era da outra faculdade que ficou prejudicado ganharam bolsas de estudo. Minha mãe  recepcionista e cursou Filosofia e eu Letras.
Em 2001 iniciei o curso de Letras e também minha trajetória na filosofia da Seicho No Ie, encontrei uma Associação Local na minha cidade e assim  que cheguei já fui colocada para cuidar da tesouraria da reunião dos jovens. Foi bem interessante como eu encontrei a AL, eu estava passando uma fase muito dolorosa com relação a área sentimental e uma noite eu pedi auxilio da minha tia que tinha falecido quando minha mãe estava ainda grávida de mim, pois ela também frequentava a Seicho No Ie quanto viva. Nesta noite senti um impulso e peguei o livrinho azul que tinha sido dela e o li, era a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade.
Logo depois eu querendo saber se tinha alguma Seicho No Ie na minha cidade, procurava na revista e nada encontrava até que um dia eu e minha mãe fomos ao centro da cidade e resolvemos comer pastel e tomar caldo de cana em uma lanchonete, quando estávamos sentadas eu me virei e atrás de mim tinha um prédio e em uma janela o símbolo e o nome Seicho No Ie e foi assim que comecei a participar. Com certeza Deus fez-me conhecer esta filosofia e minha tia também como um anjo fizeram com que eu encontrasse a Associação dos Jovens.
Período de muita aprendizagem tanto espiritual quanto intelectual. A melhor fase da minha vida foi quando fiz faculdade de Letras, tive os melhores professores do mundo, nossa turma também era a melhor, éramos esforçados, dedicados, nos seminários dávamos o nosso melhor. O primeiro seminário que apresentei com o meu grupo foi Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa, foi inesquecível. Meu amigo achou um livro de xilografias que representavam cenas do livro de Guimarães Rosa, ele comprou o livro tirou copia e fizemos um mural com as imagens, pegamos um parede inteirinha com imagens A4.
Quando o professor entrou ficou encantado, depois em outra parte da sala de aula colocamos objetos decorativos que representava o sertão, objetos de palha, garrafa com cachaça, e comida típica. Eu fiz cartazes no computador e falei sobre a linguagem, a cada tipo de linguagem eu com a ajuda de uma colega colávamos no quadro negro o cartaz. Embora eu tenha ficado nervosa, suado muito, tirei 10, foi um dos melhores seminários. Fora outros que apresentamos, nos dos Lusíadas de Camões, levamos um barco para dentro da sala de aula e o decoramos com as cores da bandeira de Portugal. Os nossos colegas que apresentaram A Divina Comédia de Dante Alighieri também se empenharam, fizeram toda uma encenação no escuro com poucas luzes, eles com máscaras quando encenavam o Inferno, vestidos de branco no Paraíso, foi maravilhoso nos sentíamos no teatro.
O professor de Literatura, o qual eu mais admirava, convidou-me para ser monitora de Literatura, foi ótimo, aprendi muito, me esforcei muito. Este professor, mesmo depois de sair da faculdade eu e meus colegas mandávamos bilhetes para ele através de um outro professor que era amigo dele e sempre o chamávamos de Querido e Amado Gilmário! Ele era muito cativante, não tinha quem não se apaixonasse para matéria, dava para perceber que ele amava o que fazia. Ele era muito humilde, falava com todos na faculdade desde o faxineiro aos superiores, não é porque ele era mestre que se sentia superior. Eu e uma amiga fomos à defesa da tese dele do Doutorado, ficamos na torcida e felizes por poder compartilhar desse momento tão especial na vida dele.
E tivemos outros professores desde período que foram inesquecíveis.
No terceiro semestre de faculdade sai do Hospital e passei um período me dedicando aos estudos. O período que cursei Letras, fiz boas amizades, aprendi muito e sempre mantive meu ideal de ser professora, embora ainda não tivesse concretizado.
Em 2002 iniciei a trabalhar como recepcionista e telefonista m uma escola preparatória para vestibular, a qual depois de três anos faliu.
Quanto a Seicho No Ie, ao longo do tempo, fui presidente da Associação Local dos jovens do Valparaiso – Goiás, todo ano viajava duas ou três vezes para São Paulo rumo a Academia de Treinamento Espiritual de Ibiúna ou Ibirapuera para a Convenção Nacional dos Jovens.



Itália
Em 2005, fim da faculdade, em vez de formatura, optei por viajar e parti rumo a um sonho: conhecer a Itália, terra dos meus antepassados.
Antes de viajar pesquisei na internet a possibilidade de fazer um intercâmbio, porém o que economizei não era suficiente para isso, decidi ir como turista mesmo. Entrei em salas de bates-papos da Itália, troquei ideias, informações, fiz amizades e entre essas amizades conheci um rapaz o qual tive mais contato ao ponto de nos encontrarmos lá na Itália e eu passar o mês todo em sua companhia. Viajamos para Florença, Roma, Milão, no segundo dia que eu estava na Itália ele já me apresentou a mãe e no final do  mês conheci toda a família, visto que fui a um casamento de um primo dele. Fui muito bem acolhida pela sua família. Passei apenas um mês na Itália, voltei radiante e no dia da minha colação de grau eu brilhava. Voltei também porque eu estava trabalhando em uma escola como recepcionista e minhas férias eram somente de um mês.
Passamos nove meses nos correspondendo, ele queria que eu voltasse para lá e casar com ele, entretanto eu disse que retornaria com a condição dele vir ao Brasil para conhecer minha família. Ele veio, ficou vinte dias aqui, foi bem recebido pela minha família e fomos embora para a Itália levando os documentos para nos casar.
Maio de 2006 fui morar na Itália e comecei minha nova vida em direção ao amadurecimento. Em junho já comecei a trabalhar como garçonete, em julho nos casamos no civil e meus sogros foram nossas testemunhas, contamos com a presença do irmão do meu marido e a esposa com o filho deles que na época estavam com quatro meses.
Junho, junho e agosto é verão na Itália período de muito trabalho, muitos turistas, e grande transformação na minha vida.
E meu sonho de ser professora ficou adormecido por um tempo já que na Itália trabalhei em outras áreas, em pizzeria, pub, bares, em shoppings como promotora de algum produto e até panfletagem na rua.
 As únicas vezes que consegui se aproximar do meu ideal foi quando dava aulas particulares de português para italianos ou quando pude ser mediadora cultural em duas escolas italianas, no qual o trabalho consistia, em auxiliar uma criança e dois adolescentes brasileiros, todos irmãos, a se adaptarem a cultura e língua italianas. Embora, este trabalho também tenha sido temporário como todos, foi o que mais me identifiquei e senti prazer em realizá-lo. Tornei-me amiga da família desses brasileirinhos e sempre tenho notícias deles.
Estar no ambiente escolar sempre mexe com algo dentro de mim, na maioria das vezes sinto-me despertar a criança existente no meu interior. Fiz cursos de língua italiana e foi através de um desses cursos que meu professor de italiano me indicou para trabalhar como mediadora cultural.
Para sintetizar a minha trajetória em 2008 fiz uma poesia, expressando meus sentimentos. Adaptar-se em outro país nem sempre é fácil, ainda mais quando tudo é tão diferente do idealizado, a saudade é enorme, posso dizer que em alguns momentos perde-se a própria identidade. Eis aqui a minha poesia:
Eu Sou Tânia,

Aquela que chora,
Que ás vezes quer voltar para casa,
Mas minha casa é aqui agora.
Sou aquela que sorrí, das boas lembranças,
Das comédias da vida,
Das amigas,
Dos amigos,
Dos suspiros.

Eu sou Tânia.

Mais uma como tantas, lutando pela vida,
Caindo e levantando,
Se mostrando ou se escondendo dentro de uma concha por medo de crescer,
De ser mais forte,
Mais feliz.

Eu sou Tânia

A filha amada de Deus,
Da minha família, que os guarda dentro do coraçao. 
Sou da terra,
Das nuvens,
Do sol e corro do frio.
Sou uma alma em um corpo de mulher que aprende todos os dias a ser mulher,
Erra,
 Acerta,
E conclui que a vida nem começou,
Porém se questiona:
O que fiz da vida,
O que tenho…

Sou Tânia

Aquela que se perde e se encontra nas poesias,
 Nas flores,
Nas alegrias.
Sou aquela Tânia amiga,
 A qual gosta de ajudar as pessoas, mas ás vezes perde as forças,
Se entristesse e quer voltar para casa.

Eu sou Tânia

Com o coração cheio de saudade que só quem mora longe sabe,
Compreende as angústias,
As incertezas
E diversas estradas de um viajante.

Eu sou Tânia

Aquela que escolheu o amor,
Acreditou no amor e que tem dias que me enche de luz,
De força,
Mas tem dias que o amor è só amor.

Sou Tânia

Eu,
Só eu ,
Tania
E não sei quem sou.
(29/02/2008)

Na Itália tentei resgatar minha identidade, fazendo curso de italiano, paguei um curso caríssimo de Tradutora, procurei estar mesmo que para estudar, ficar presente em um ambiente escolar.

João Pessoa
Em dezembro de 2010 fomos para João Pessoa, aluguei uma casa porque tínhamos um interesse de morar lá, eu e meu marido. O contrato do aluguel era de um ano.  Comecei a trabalhar em um Hotel, com o auxilio de um amigo que me indicou no hotel. Poucos meses depois, meu marido voltou para a Itália e eu fiquei só.
Em abril de 2011 iniciei uma pós-graduação a distância, meu irmão fez a inscrição para mim e conseguiu um desconto e meu pai pagou para mim o curso.
Procurei a Seicho No Ie de João Pessoa e comecei a participar. Sai do hotel e fui trabalhar em um restaurante no qual não adaptei-me e não deu certo este emprego. Voltei para a Italia, trabalhei no verão por lá e em setembro voltei para João Pessoa porque o contrato da casa que eu tinha alugado era para um ano e terminava em dezembro. Antes de ir para a Itália paguei o aluguel adiantado, tentei dividir o aluguel com dois rapazes, entretanto eles não me ajudaram, deixaram todas as contas para eu pagar e ainda roubaram minhas coisas, embora coisas sem valor como: travesseiros, abridor de vinho, rodo, vassoura e outros objetos da casa.
Em dezembro de 2011 o contrato acabou, meus pais vieram a João Pessoa passar férias e me levaram com eles, visto que eu estava desempregada e sozinha. Meu irmão tinha vindo em novembro com a esposa passar 4 dias comigo e convenceu-me de ir morar com meus pais novamente.
Em janeiro de 2012 participei do Seminário para Educadores em Ibiuna, fiquei encantada com o seminário, foi maravilhoso ver educadores fazendo grandes obras em suas escolas, ouvir relatos de grandes transformações na vida pessoas, profissional e escolar depois de fazerem o curso da Educação da Vida.
Novamente meu marido fez eu voltar para a Italia, trabalhei no verão lá e em setembro de 2012, quando terminou o verão retornei para a casa dos meus pais. Sempre na esperança de que meu marido sentisse minha falta e resolvesse vir embora para morar no Brasil.

Retorno ao Brasil
Terminei minha pós-graduação em Metodologia de Ensino da Língua Portuguesa, passei no exame final, apesar de tantos empecilhos.
Voltei para o Valparaiso, lecionei italiano privadamente e fiz algumas traduções. Bem, em fevereiro de 2013 comecei a lecionar em uma Escola Municipal na cidade do Valparaiso- Goiás, onde meus pais moram. Participei de um processo seletivo para o contrato temporário e lecionei 5 meses nesta escola, foi muito bom. Tive dias de alegrias, dedicação, stress também, contudo estar com os alunos foi uma experiência única. Meu marido teve até a oportunidade de participar de uns dias de gincana e festa junina, ele se divertiu bastante e foi a novidade, pois alguns alunos juntaram-se ao seu redor e lhe faziam várias perguntas, foi muito engraçado.
Em setembro de 2013 fui chamada para substituir uma professora na escola do Gama, também contrato temporário, porém, este de Brasília o qual eu passei em segundo lugar para lecionar na zona rural, infelizmente, foi por um curtíssimo tempo.
Desde 2010 tento retornar ao Brasil, mas meu marido não decidiu ainda, mesmo este ano de 2013 ter dado entrada no visto para ficar no Brasil e ele ter ficado cinco meses na casa dos meus pais, tem sempre algo que o leva de volta para a Itália, ou problemas de família ou ele não sentir-se preparado para ficar
Estou ao termine do curso da Educação da Vida, módulo I e estou aprendendo muito, é ótimo poder trocar ideias com outros professores os quais acreditam em uma educação de qualidade e que se esforçam em melhorar o ambiente escolar, a vida de seus alunos, a auto-estima tanto própria quanto dos seus alunos, os quais buscam o crescimento espiritual, profissional e familiar.
Muito Obrigada mestre Masaharu Taniguchi por ter deixado um  ensinamento tão profundo e maravilhoso e que incentiva-me a ser uma pessoa sempre melhor. Muito Obrigada aos caros colegas da Seicho No Ie e do curso de Educação da Vida aqui em Brasília. Muito obrigada a minha família, a prima Giselle, meus pais, irmão e marido os quais são meus portos seguros, minha razão de viver. E não posso deixar de agradecer a minha grande amiga Jucilene e a Preletora Leide Ribeiro de Castro, pois sempre estiveram presentes na minha vida mesmo eu estando tão distante.


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