Lá estavamos postos
a admirar o lago.
Ele com seus olhos
expressivos,
algumas penugens brancas
e pretas
esmeraldas
e com a cabeça
machucada.
Quem terá feito uma
sandice
como essa?
Terá sido ele próprio?
Ou o homem que não sabe
admirar com a alma
as belas coisas da
natureza?
Ouviamos só os pássaros
que estavam a cantar,
o barulho do vento
nas folhas das árvores.
Um quase sossegar.
Sem o sol a vida não tem
graça
Sem amor a alma não é
alma
O pato continuava lá,
quieto e encolhido
Aquele lago todinho só
para ele e nem para
aproveitar.
Respirava fundo
e seus olhos tremeluziam
com certa demora.
O sossego o tomou como
um frágil signo.
Bem-ti-vis cantavam
Enquanto um pato sonhava
o outro vaidoso espanava
suas penas
Essa preparação toda
para nadar
até uma ilha de solidão.
Tudo acabou, o pato
despertou
e o outro ocultou-se.
Só restou o silêncio
confuso
de sons da cidade.
Sinos e sirenas de
polícia,
pessoas conversando
Algumas caminhando e
outras
esquecendo de amar.
(abril de 2003)
TANIA CRISTINA ZONTA
TANIA CRISTINA ZONTA
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