lunedì 17 agosto 2015

Função avaliativa e Função educativa

Divisão de formação e aperfeiçoamento em educação
 Função avaliativa e função educativa
Tânia Cristina Zonta


























Valparaiso, 01 de julho de 2015





A função avaliativa e a função educativa
Tânia Cristina Zonta[1]

Resumo

            O texto aborda a função avaliativa como conexão à função educativa. A avaliação deve ser vista como parte essencial do sistema educacional, é um conjunto de ações que serve para capacitar os alunos, possibilitando a estes independência e a fazer com que se auto avaliem, com o intuito de que o discente seja um sujeito ativo na sua formação. Para a realização deste trabalho foi utilizado uma pesquisa bibliográficas de autores que questionam a avaliação como Haydt e Libaneo entre outros, para levantar reflexões no que tange a função avaliativa na formação do discente.


Palavras-chave: avaliação; formação; aprendizagem; tipos de avaliação


Introdução

A palavra avaliar segundo Larousse, Dicionário da Língua Portuguesa, significa “Determinar o valor, o preço, a importância de; Apreciar o mérito de;” Avaliação no âmbito escolar é um instrumento  que permite qualificar o conjunto de domínios, onde se exerce a aprendizagem, as aptidões e o rendimento dos alunos.
            O presente trabalho é sobre a função avaliativa que seria o julgamento de valor dos resultados atingidos, embora faça parte da educação e alguns professores dizem que é algo essencial, outros a usam quase como uma punição, resume-se toda a história escolar do aluno na nota de uma avaliação. A avaliação deve ser constante baseada nas observações diárias também e serve tanto para o professor quanto para os alunos, pois ao planejar o ensino, objetivos deverão ser alcançados e é o momento no qual se reflete em como realmente alcança-los e como avaliar depois o que planejou.
O que motivou a pesquisar a temática Avaliação foi o fato de refletir na atual conjuntura da prática educacional como professor regente nas séries finais do Ensino Fundamental, e como Trabalho de Conclusão de Curso, do curso oferecido pela Divisão de Formação e Aperfeiçoamento em educação para professores de 6º ao 9º ano em pleno
Como saber se o objetivo do professor foi atingido, se houve aprendizado, a avaliação faz parte do processo educacional, porém qual seria o modo mais adequado de avaliar. Ao estudar alguns estudiosos que abordam o tema Avaliação levantamos questionamentos: Como é feita a avaliação? Para que serve? A função avaliativa tem papel secundário à função educativa? Para Haydt a avaliação é funcional; orientadora: integral. Libâneo defende a avaliação como uma verificação; qualificação e apreciação qualitativa e Luckesi em seu livro Avaliação da aprendizagem escolar, faz uma analise passando da pedagogia tradicional á pedagogia humanizada. Já Ilza Martins Sant´Anna em seu livro Por que avaliar? Como avaliar? Menciona critérios e instrumentos para que a avaliação tenha realmente um papel significativo na educação.

           
Desenvolvimento

·         Avaliação classificatória ou diagnóstica?

Avaliação seria o julgamento de valor dos resultados atingidos, embora faça parte da educação e alguns professores dizem que é algo essencial, outros a usam quase como uma punição, resumem toda a história escolar do aluno na nota de uma avaliação. A avaliação deve ser constante baseada nas observações diárias também e serve tanto para o professor quanto para os alunos, pois ao planejar o ensino, objetivos deverão ser alcançados e é o momento no qual reflete-se em como realmente alcança-los e como avaliar depois o que planejou.
Quando (Luckesi, 2005) a avaliação educacional escolar adotada for classificatória, passa a ser uma ferramenta autoritária e diminui o desenvolvimento de todos do meio escolar, dando possibilidade a uns ao acesso e ao saber, enquanto a outros a inércia ou a evasão.
O professor precisa visualizar a avaliação como algo que serve para o crescimento do educando, e não para punir. Ela precisa ser realizada de maneira global, considerando-se vários aspectos: quantitativos e qualitativos. Deve-se avaliar a presença, pontualidade, participação, por exemplo. Durante o processo avaliativo, o educador deve avaliar se os conteúdos estão sendo apreendidos de maneira eficiente pelos discentes, verificando se a metodologia aplicada em sala de aula realmente está sendo eficaz.
Isso pode ser realizado através da observação, diálogo e acompanhamento dos trabalhos realizados pelos educandos, verificando se as atividades desenvolvidas realmente contribuem para a construção de seres conscientes de seu papel na sociedade.
Segundo, Luckesi, a avaliação educacional escolar só terá seu “verdadeiro papel de instrumento dialético de diagnóstico para o crescimento, se se situar e estiver a serviço de uma pedagogia que esteja preocupada com a transformação social e não a sua conservação.”[2]     A avaliação deve ter caráter diagnóstico, deverá ser usada como ferramenta da identificação de novas direções a serem seguidas. O aluno passa a ser coadjuvante do processo de competência e autonomia.
Tem professor que para se vingar do aluno bagunceiro elabora uma prova bem complexa, entretanto, o educador tem de ver a avaliação não como um modo para punir ou premiar e sim como um instrumento para averiguar o ritmo e processo de aprendizado dos alunos e dai diversificar as formas de avaliação: oral, escrita, de pesquisa, expositiva.
A avaliação deve ser continua e que os resultados obtidos pelos alunos sejam valorizados no decorrer do ano escolar.
            No texto de Janssen Felipe da Silva ele ressalta que o trabalho pedagógico esta interligado com a avaliação a partir do planejamento por fim a sua execução, recolhendo informações para poder entender melhor a relação entre ensino e aprendizagem e desta forma intervir na didática de modo qualitativo e pedagógico.
            Ele também divide a avaliação em três tipos[3]
-        a diagnóstica ou prognóstica: “dá condições ao docente de identificar o que os alunos sabem sobre o que se pretende ensinar, para orientar o planejamento inicial e fazer algum prognóstico nas relações entre objetivos, conteúdos e a realidade sociocognitivos dos educandos”.
-        a reguladora: com base nas informações regula-se o trabalho do educador para desenvolvimento dos alunos e “conscientizando-os dos seus percursos de aprendizagem.”
-        a somativa: “dá o resultado integral e final, em um tempo pedagógico determinado da interação entre docente/conteúdos/   objetivos/metodologias/educandos.

Da mesma forma (Sant´Anna 1995) sugere que o critério de avaliação tenha necessariamente de ser um princípio fundamental para diagnosticar a aprendizagem do aluno, e observar quais precisam de auxílio pedagógico para que haja um progresso. E ela vai ainda além, de acordo com seus estudos a avaliação não deve ser somente da prova escrita comportamentos devem ser analisados:
“falar, escrever, escutar, leitura oral, desenhar, habilidade de trabalhar, de estudo e habilidades sociais; se o aluno tem hábito de trabalho: uso do tempo, do recurso, demonstra iniciativa, capacidade criadora, persistência; se o mesmo tem atitudes sociais: preocupação com o bem-estar dos outros, respeito às leis, à propriedade alheia, sensibilidade ante as questões sociais; se o aluno demonstra interesses específicos; se expressa satisfação e prazer em relação a atividades educacionais, mecânicas, sociais, estéticas(...).[4]
 A avaliação é bem mais complexo do que se pode imaginar, os próprios professores não sabem o que avaliar, como avaliar e o por que avaliar, muito menos os alunos sabem, enquanto alguns se dedicam em realizar as atividades, uns estudam para aprender já outros brincam o bimestre todo e acham que só realizando a prova escrita já é o suficiente para ter a nota média.
A avaliação deveria ser um termômetro ou uma bússola para guiar o professor  no seu trabalho, para verificar quais objetivos foram alcançados, quais ainda faltam e que tipo de didática deverá ser usada com aquele grupo de alunos. Ela é também uma ferramenta de diagnóstico e de acompanhamento do processo de aprendizagem, assim a meta principal será o ensino da escola para o aluno e não somente a média escolar deste.
            A avaliação esta integrada a aula e várias formas para coletar dados podem ser feitas: como testes, provas, questionários, redações, apresentação de seminários, pesquisas de campo, análise e interpretação de textos. Tudo isso permite ao professor identificar as dificuldades e o fará agir de modo consciente para auxiliá-los a melhorarem e superarem estas dificuldades, oportunizando novos conhecimentos.


• A função avaliativa tem papel secundário à função educativa?

            A função avaliativa não está subordinada a função educativa, visto que subordinada se refere a algo que depende de, assim sendo pode-se dizer que uma esta interligada a outra. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais a avaliação tem como objetivo auxiliar docentes na prática cotidiana no que diz respeito ao real desenvolvimento dos discentes e deste modo possa organizar-se a galgar empecilho.
            Para Haydt (1997) a avaliação é funcional: a avaliação dos alunos será com base no seus desenvolvimentos conforme os objetivos previstos; orientadora: por ser indicadora do nível de dificuldades ou aprendizagem do aluno, e assim o professor poderá planejar e encaminhar o discente ao objetivo; integral: avaliação como ferramenta afetiva, psicomotora, cognitiva...
            A avaliação deve ser contínua e recorrente no dia a dia da escola e na relação docente-discente, motivando a aprendizagem. Quando a avaliação deixa de ser apenas uma nota, o educador poderá observar se seus objetivos foram apreendidos.
            O professor que exerce sua função como mediador entre alunos e realidade auxilia-os a construírem seu próprio conhecimento e Libâneo (1994), cita três  princípios da avaliação:            
1-“Verificação: constituem-se pela coleta de dados sobre o                           aproveitamento dos alunos, ou candidatos através das provas.
2-Qualificação: comprovação dos resultados alcançados em                            relação aos objetivos.
3- Apreciação qualitativa: avaliação propriamente dita dos  resultados, referindo-os a padrões de desempenho esperados, e apropriação ativa dos conteúdos.” [5]

            A avaliação deve ser vista como parte essencial do sistema educacional, é um conjunto de ações que serve para capacitar os alunos, possibilitando a estes a autonomia e a fazer com que se auto avaliem, com o intuito de que o discente seja um sujeito ativo na sua formação.
            O docente define práticas educacionais e ferramentas para a avaliação de maneira que o aluno se auto-avalie e adquira competências não somente para âmbito escolástico, mas socialmente também.
            A educação está ligada ás amplitudes cognitiva, afetiva, sociais, biológicas, espirituais, é um conjunto que age de forma integrada, dessa maneira o professor e o aluno constroem juntos algo significativo, um depende do outro. O professor deve mostrar ao aluno a sua evolução, estimulá-lo também para novas aprendizagens e assim a avaliação só será eficaz se houve interação entre o educador e educando, os dois seguindo uma mesma direção, em busca das mesmas metas.
           

Conclusão

            Aluno e professor precisam um do outro para uma educação significativa, como o próprio Luckesi diz o foco deve ser uma transformação social, isto é, deve ter como objetivo o crescimento  e o avanço do aluno. Ela baseia-se na verificação do que o educando aprendeu e se foi alcançado os objetivos. A avaliação será um instrumento para mostrar ao educador o caminho, qual abordagem deverá seguir e quais métodos didáticos serão adaptados à realidade do discente.
            A função avaliativa está associada à função educativa de acordo com Haydt, a avaliação será conforme os objetivos, poderá indicar o nível de dificuldades ou aprendizagem, poderá ser um instrumento psicomotor, afetivo e cognitivo.
            Quando a avaliação não é mais uma questão de nota, o professor observará se houve aprendizagem, se o planejamento funcionou, e desempenha seu trabalho como mediador entre a realidade e o aluno, levando este a construir seu próprio conhecimento.
A avaliação não poderá ser uma ação mecânica. Essa seria o julgamento de valor dos resultados atingidos, embora faça parte da educação e alguns professores a veem como algo fundamental, enquanto outros a usam quase como uma punição , resumem toda a história escolar do aluno na nota de uma avaliação. A avaliação deveria ser um instrumento de reflexão constante sobre a realidade da comunidade social e escolar, onde alunos tornam sujeitos ativos, e pensantes com relação ao mundo. O planejamento por parte do corpo docente e de toda comunidade escolar seria o ideal para atingir a aprendizagem. O professor analisa situações do dia-a-dia que poderá contribuir para a avaliação não mecânica, porém instrumento de investigação e do processo de conhecimento.  



Referências

-HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino–aprendizagem. 6. ed. São Paulo: Ática, 1997

-LIBÂNEO, José Carlos. Didática/ José Carlos Libâneo- São Paulo: Cortez, 1994.- (Coleção Magistério: série formação do professor). pgs:195 -203.

-LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: estudos e proposições. 17ª Ed. – São Paulo, 2005.
-SANT´ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar?: critérios e instrumentos. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
-SILVA, Janssen Felipe da. Avaliação na perspectiva formativa-reguladora: pressupostos teóricos e práticos. Porto Alegre : Mediação, 2012.

- http://cursoalexfisica.blogspot.com.br/2015/02/funcoes-educativa-e-avaliativa.html Função educativa e avaliativa Acesso dia 08 de maio de 2015
- http://www.ufjf.br/virtu/files/2010/04/artigo-2a17.pdf  Práticas avaliativas: reflexões Acesso dia 13 de junho de 2015 às 14:30
- http://www.youtube.com/watch?v=-UvaN3aQu0k (Como é seu processo de avaliação do aluno?) Acesso dia 14 de junho de 2015 às 14:50






[1]-Bacharel em Letra, Português e Inglês (CESB). Especialista em Metodologia de Ensino da Lingua Portuguesa.(Faculdade Grande Fortaleza). Tradutora setorial em Italiano/Português/Português/Italiano (Scuola di Interpreti e Tradottori di Pescara, Italia). Leciona Língua Portuguesa\Inglês e Artes para séries finais do Ensino Fundamental.

[2] LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: estudar e proposições. 17ª Ed. São Paulo: Cortez, 2005. p.42
[4] SANT´ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar?: critérios e instrumentos. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. p.67

[5] LIBÂNEO, José Carlos. Didática/ José Carlos Libâneo- São Paulo: Cortez, 1994.- ( Coleção Magistério: série formação do professor). pgs:195 -203.